domingo, 31 de outubro de 2010

Garotas


Tanzan e Ekido certa vez viajavam juntos por uma estrada lamacenta. 
Uma pesada chuva ainda caía, dificultando a caminhada. 
Chegando a uma curva, eles encontraram uma bela garota vestida com um quimono de seda e cinta, incapaz de cruzar a intercessão.
"Venha, menina," disse Tanzan de imediato. 
Erguendo-a em seus braços, ele a carregou atravessando o lamaçal.
Ekido não falou nada até aquela noite quando eles atingiram o alojamento do Templo. 
Então ele não mais se conteve e disse:
"Nós monges não nos aproximamos de mulheres," ele disse a Tanzan, "especialmente as jovens e belas. Isto é perigoso. Por que fez aquilo?"
"Eu deixei a garota lá," disse Tanzan. "Você ainda a está carregando?"

domingo, 19 de setembro de 2010

Somos o que pensamos

Somos aquilo que sentimos e percebemos. 
Se estamos zangados, somos a raiva. 
Se estamos apaixonados, somos o amor. 
Se contemplamos um pico nevado, somos a montanha. 
Ao assistir a um programa de televisão de baixa qualidade, somos o programa de televisão. 
Enquanto sonhamos, somos o sonho. 
Podemos ser qualquer coisa que quisermos, mesmo sem uma varinha mágica. 

- Thich Nhat Hanh

sábado, 18 de setembro de 2010

Samsara

O monge perguntou ao Mestre:
"Como posso sair do Samsara?"
O Mestre respondeu:
"Quem te colocou nele?"

A Lua Não Pode Ser Roubada

Ryokan, um mestre Zen, vivia a mais simples e frugais das vidas em uma pequena cabana aos pés de uma montanha. Uma noite um ladrão entrou na cabana apenas para descobrir que nada havia para ser roubado.
Ryokan retornou e o surpreendeu lá.
"Você fez uma longa viagem para me visitar," ele disse ao gatuno, "e você não deveria retornar de mãos vazias. Por favor tome minhas roupas como um presente."
O ladrão ficou perplexo. Rindo de troça, ele tomou as roupas e esgueirou-se para fora.
Ryokan sentou-se nu, olhando a lua.
"Pobre coitado," ele murmurou. "Gostaria de poder dar-lhe esta bela lua."

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Buscando por Buddha

Um monge pôs-se a caminho de uma longa peregrinação para encontrar Buddha. 
Ele levou muitos anos em sua busca até alcançar a terra onde dizia-se que vivia Buddha. 
Ao cruzar o sagrado rio que cortava este país, o monge olhava em torno enquanto o barqueiro conduzia o bote. 
Ele percebeu algo flutuando em sua direção. Quando o objeto chegou mais perto, ele viu que era um cadáver - e que o morto era ele mesmo!
O monge perdeu todo o controle e deu um grito de dor à visão de si mesmo, rígido e sem vida, flutuando suavemente na corrente do grande rio.
Neste instante percebeu que ali estava começando sua busca pela liberação...
E então ele soube definitivamente que sua procura por Buddha havia terminado.

domingo, 22 de agosto de 2010

O Mais Importante Ensinamento


Um renomado mestre Zen dizia que seu maior ensinamento era este: Buddha é a sua mente.
De tão impressionado com a profundidade implicada neste axioma, um monge decidiu deixar o Monastério
e retirar-se em um local afastado para meditar nesta peça de sabedoria.
Ele viveu 20 anos como um eremita refletindo no grande ensinamento.

Um dia ele encontrou outro monge que viajava na através da floresta próxima à sua ermida.
Logo o monge eremita soube que o viajante também tinha estuda sob o mesmo mestre Zen.

"Por favor, diga-me se você conhece o grande ensinamento do mestre," perguntou ansioso ao outro.

Os olhos do monge viajante brilharam, "Ah! O mestre foi muito claro sobre isto.
Ele disse que seu maior ensinamento era:
Buddha NÃO é a sua mente."

sábado, 19 de junho de 2010

Caçando dois coelhos

Um estudante de artes marciais aproximou-se de seu mestre com uma questão:
"Gostaria de aumentar meu conhecimento das artes marciais. Em adição ao que aprendi com o senhor, eu gostaria de estudar com outro professor para poder aprender outro estilo. O que pensa de minha idéia?"
"O caçador que espreita dois coelhos ao mesmo tempo," respondeu o mestre, "corre o risco de não pegar nenhum."