Em dois mosteiros vizinhos viviam dois jovens monges muito amigos.
De manhã, sempre os monges se encontravam, cada um cuidando de seus afazeres.
Certo dia, um dos monges estava varrendo o pátio de seu templo e, vendo aproximar-se o amigo, perguntou:
"Olá! Onde vais?"
O amigo respondeu, feliz:
"Vou aonde meus pés me levarem..."
O monge ficou intrigado com a resposta e comentou com seu mestre. Este lhe disse:
"Da próxima vez, diga-lhe: 'E se não tivesses pés?'"
Quando o jovem noviço viu o amigo de novo na manhã seguinte, fez a mesma pergunta já antecipando o momento em que pegaria o amigo de jeito, desta vez:
"Onde vais?"
Mas o outro disse:
"Aonde o vento me levar!"
O monge ficou frustado! Voltou ao mestre e contou a nova resposta, e este, sorrindo, disse:
"Da próxima vez, diga-lhe: 'E se o vento parasse de soprar?'"
O jovem monge ficou encantado com a idéia:
"Sim, sim! Essa é boa! Agora ele não me escapa!"
No dia seguinte, ao amanhecer, ele viu seu amigo aproximando-se de novo. Perguntou-lhe:
"Olá! Onde vais?"
O amigo parou, sorriu-lhe, e falou suavemente:
"Simplesmente vou ao mercado, meu amigo...", e seguiu seu caminho.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Dez Recomendações
- SOBRE O CORPO: não peça que todas as doenças sejam eliminadas, pois, quando o corpo está a salvo de todas as doenças, a cobiça logo surge. Quando a cobiça aparece, os preceitos são quebrados e o progresso se transforma em retrocesso.
- SOBRE A GESTÃO DOS ASSUNTOS TERRENOS: não peça que todas as tarefas sejam fáceis, pois, quando tudo é muito fácil, o orgulho logo brota na mente. Quando o orgulho surge, a petulância e a mentira aparecem.
- SOBRE O PENSAMENTO: não peça que o raciocínio seja sempre desimpedido, pois, quando o pensamento não encontra obstáculos, rapidamente se torna febril e irregular. Quando o pensar assume essas qualidades, surge a ilusão e passamos a acreditar que o falso é verdadeiro e o verdadeiro, falso.
- SOBRE A PRÁTICA DO BUDISMO: não peça que não haja provações, pois, quando alguém não é testado, seus votos não se fortalecem. Quando os votos não são firmes, podemos facilmente ser levados a acreditar que foi alcançado o que ainda não alcançamos.
- SOBRE O PLANEJAMENTO: não peça que planejar seja sempre simples, pois, quando tal acontece, a vontade torna-se fraca e ineficaz. Quando a vontade da pessoa é fraca e ineficaz, ela pode se convencer de que tem menos capacidades do que realmente tem.
- SOBRE AS AMIZADES: não peça que tudo seja sempre feito à sua maneira, pois, quando esse é o caso, logo perdemos a noção do que é certo e errado. Quando essa noção é perdida, tendemos a acusar os outros por qualquer coisa que vá mal.
- SOBRE AS PESSOAS: não peça que os outros sempre acatem sua liderança, pois, quando isso acontece, a arrogância logo desponta. Quando alguém se torna arrogante, passa a aferrar-se aos apegos do ego.
- SOBRE A MORALIDADE: não peça para ser recompensado por seu comportamento moral, pois, quando isso acontece, tornamo-nos logo calculistas em relação a tudo o que fazemos. Quando alguém se torna calculista, começa a ansiar por fama e boa reputação.
- SOBRE OS LUCROS: não peça por sempre obter parte dos lucros pois, quando isso acontece, logo surgem a preguiça e a morosidade. Quando alguém se torna preguiçoso e lerdo, logo se prejudica.
- SOBRE AS FALSAS ACUSAÇÕES: não tente se justificar ou explicar, pois isso apenas fortalece a ilusão da individualidade isolada. Quando surge a ilusão da individualidade isolada, pensamentos de ira e vingança não demoram a se apresentar.
Zen
Estudar o Zen é estudar a si mesmo,
Estudar a si mesmo é esquecer de si mesmo,
Esquecer de si mesmo é estar Uno com todas as coisas.
- Mestre Dogen
Estudar a si mesmo é esquecer de si mesmo,
Esquecer de si mesmo é estar Uno com todas as coisas.
- Mestre Dogen
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Oito Ventos
Lucro e prejuízo,
difamação e fama,
elogio e repreensão,
sofrimento e alegria,
são todos impermanentes;
portanto ...
por que deveriam ser causa de satisfação
ou de insatisfação?
— extraído do Vinaya Mahasanghika
difamação e fama,
elogio e repreensão,
sofrimento e alegria,
são todos impermanentes;
portanto ...
por que deveriam ser causa de satisfação
ou de insatisfação?
— extraído do Vinaya Mahasanghika
Estejamos atentos
Seja cuidadoso com as palavras,
comedido com o corpo,
atento ao funcionamento da mente,
paciente com os insultos,
nunca se enraiveça;
esse é o caminho para grandes progressos.
— extraído do Dhammapada
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Buscando por Buddha
Um monge pôs-se a caminho de uma longa peregrinação para encontrar Buddha. Ele levou muitos anos em sua busca até alcançar a terra onde dizia-se que vivia Buddha. Ao cruzar o sagrado rio que cortava este país, o monge olhava em torno enquanto o barqueiro conduzia o bote. Ele percebeu algo flutuando em sua direção. Quando o objeto chegou mais perto, ele viu que era um cadáver - e que o morto era ele mesmo!
O monge perdeu todo o controle e deu um grito de dor à visão de si mesmo, rígido e sem vida, flutuando suavemente na corrente do grande rio.
Neste instante percebeu que ali estava começando sua busca pela liberação...
E então ele soube definitivamente que sua procura por Buddha havia terminado.
O monge perdeu todo o controle e deu um grito de dor à visão de si mesmo, rígido e sem vida, flutuando suavemente na corrente do grande rio.
Neste instante percebeu que ali estava começando sua busca pela liberação...
E então ele soube definitivamente que sua procura por Buddha havia terminado.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Impermanência
Um famoso mestre espiritual aproximou-se do Portal principal do palácio do Rei. Nenhum dos guardas tentou pará-lo, constrangidos, enquanto ele entrou e dirigiu-se aonde o Rei em pessoa estava solenemente sentado, em seu trono.
"O que vós desejais?" perguntou o Monarca, imediatamente reconhecendo o visitante.
"Eu gostaria de um lugar para dormir aqui nesta hospedaria," replicou o professor.
"Mas aqui não é uma hospedaria, bom homem, "disse o Rei, divertido, "Este é o meu palácio."
"Posso lhe perguntar a quem pertenceu este palácio antes de vós?" perguntou o mestre.
"Meu pai. Ele está morto."
"E a quem pertenceu antes dele?"
"Meu avô," disse o Rei já bastante intrigado, "Mas ele também está morto."
"Sendo este um lugar onde pessoas vivem por um curto espaço de tempo e então partem - vós me dizeis que tal lugar NÃO É uma hospedaria?"
"O que vós desejais?" perguntou o Monarca, imediatamente reconhecendo o visitante.
"Eu gostaria de um lugar para dormir aqui nesta hospedaria," replicou o professor.
"Mas aqui não é uma hospedaria, bom homem, "disse o Rei, divertido, "Este é o meu palácio."
"Posso lhe perguntar a quem pertenceu este palácio antes de vós?" perguntou o mestre.
"Meu pai. Ele está morto."
"E a quem pertenceu antes dele?"
"Meu avô," disse o Rei já bastante intrigado, "Mas ele também está morto."
"Sendo este um lugar onde pessoas vivem por um curto espaço de tempo e então partem - vós me dizeis que tal lugar NÃO É uma hospedaria?"
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
O Segredo
Um monge perguntou para o mestre, "Mestre, por favor, me ensine o segredo do buddhismo."
"Ah sim, mas hoje tem muita gente, quando tiver mais ninguém, vou te ensinar", disse o mestre.
No dia seguinte, o monge chegou de novo, "Mestre, tem mais ninguém, me ensine agora."
"Ah, vem cá." E foi para o jardim. Aí o mestre disse:
"Está vendo? Esta árvore é alta e aquela outra é baixa. Este é que é o segredo do buddhismo."
(Ryotan Tokuda Igarashi, Psicologia Budista)
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Professor de Sino
Um novo estudante aproximou-se do mestre Zen e perguntou-lhe como ele poderia absorver seus ensinamentos de forma correta.
"Pense em mim como um sino," o mestre explicou. "Me dê um suave toque, e eu irei lhe dar um pequeno tinido. Toque-me com força e você receberá um alto e profundo badalo."
"Pense em mim como um sino," o mestre explicou. "Me dê um suave toque, e eu irei lhe dar um pequeno tinido. Toque-me com força e você receberá um alto e profundo badalo."
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Trabalhando Duro
Um estudante foi ao seu professor e disse fervorosamente:
"Eu estou ansioso para entender seus ensinamentos e atingir a Iluminação! Quanto tempo vai demorar para eu obter este prêmio e dominar este conhecimento?"
A resposta do professor foi casual:
"Uns dez anos..."
Impacientemente, o estudante completou:
"Mas eu quero entender todos os segredos mais rápido do que isto! Vou trabalhar duro! Vou praticar todo o dia, estudar e decorar todos os sutras, farei isso dez ou mais horas por dia!! Neste caso, em quanto tempo chegarei ao objetivo?"
O professor pensou um pouco e disse:
"Vinte anos."
"Eu estou ansioso para entender seus ensinamentos e atingir a Iluminação! Quanto tempo vai demorar para eu obter este prêmio e dominar este conhecimento?"
A resposta do professor foi casual:
"Uns dez anos..."
Impacientemente, o estudante completou:
"Mas eu quero entender todos os segredos mais rápido do que isto! Vou trabalhar duro! Vou praticar todo o dia, estudar e decorar todos os sutras, farei isso dez ou mais horas por dia!! Neste caso, em quanto tempo chegarei ao objetivo?"
O professor pensou um pouco e disse:
"Vinte anos."
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